sexta-feira, 21 de julho de 2017

Inteligência artificial pode substituir trabalhadores não qualificados em fábricas do Japão

Ministério da Economia analisa prós e contras de uma 4ª revolução industrial
Fábricas do Japão

O Japão pode estar prestes a embarcar em uma quarta revolução industrial. Maior participação de robôs em fábricas, uso de inteligência artificial nas linhas de produção e novas tecnologias representam um cenário futurístico que nunca esteve tão perto de se tornar real.

Nesta sexta-feira (21), o ministro da economia Nobuteru Ishihara divulgou em uma reunião com autoridades do governo o relatório anual de políticas para a economia, que apresentou detalhes sobre a introdução de novas tecnologias na indústria e suas possíveis consequências.

O documento analisa melhorias de produção, contratações e salários mais elevados com a inserção de máquinas equipadas com inteligência artificial nos setores de produção.

No entanto, se uma introdução em massa se tornar realidade, os operários que não possuem qualificações poderão ser substituídos pela tecnologia.

O relatório avaliou que a recuperação da economia do país desde o fim do ano passado foi positiva, com a melhora nas contratações e na renda de trabalhadores.

“Os avanços para conter a falta de mão de obra, melhorar os métodos de trabalho e inovação se tornaram a chave para o crescimento contínuo”, sinalizou um parágrafo do documento.

O governo investigou os resultados reais nas melhorias de produção e as formas de introdução de novas tecnologias no trabalho de fábricas. Além da inteligência artificial e dos robôs, a internet das coisas (capacidade de conectar diversos equipamentos à internet), impressoras 3D, computação em nuvem e outros sistemas entraram na avaliação.

O Ministério realizou um levantamento com 2.327 empresas para descobrir a produtividade de cada funcionário entre os anos de 2012 e 2015. Os resultados mostram que a capacidade de contribuir com as melhorias de produção é muito maior através do uso de inteligência artificial.

O uso atual das tecnologias também foi avaliado. Até fevereiro deste ano, apenas 2% das empresas com novas tecnologias utilizam mecanismos de inteligência artificial na produção.

Até o momento, a tecnologia mais utilizada é a de computação em nuvem, que tem custo mais baixo e foi verificada em 28% dos negócios.

Quanto às melhorias referentes a vagas e salários, o Ministério verificou que a introdução de inteligência artificial aumentaria os rendimentos das fábricas e provocaria uma maior contratação de trabalhadores com qualificação técnica, reduzindo a “fila” de espera por esse tipo de serviço.

No entanto, a categoria mais simples de trabalhadores pode se tornar desnecessária e isso resultaria também em grandes demissões e novos problemas econômicos.

Com relação a isto, o relatório sugere que, para lidar com as mudanças estruturais provocadas pela revolução tecnológica, será necessário aumentar os treinamentos e oferta de conhecimento dentro e fora da indústria, além de investir em um sistema no qual o trabalhador possa trocar de emprego com mais facilidade.

Na prática, quando de fato essas novas tecnologias se tornarão protagonistas nos trabalhos das fábricas ainda é um mistério, mas este dia pode estar mais perto do que muitos imaginam.
Fonte: Alternativa
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